terça-feira, 30 de junho de 2009

VIDA URBANA

Parava sempre aquele horário. Tinha que sair para fumar meu cigarro. Na rua retomava o ar, ainda que poluído, ainda que poluindo meus pulmões com a nicotina. Mas precisava disto, mudar de paisagem, trocar de ambiente, trocar as caras das pessoas, enfim, ser um expectador de um outro mundo, de outras realidades.
Flagro um transeunte atravessando a rua, como eu, é mais um na rua entre a multidão. Atravessa as águas tumultuadas dos carros e motos. Chega à outra margem, corre entre obstáculos como se estivesse num triatlo, passou pela prova um, dois e chegará enfim a prova final pedalar os intermináveis papéis que se entulham em seu dia-a-dia. De repente estanca e deixa-se flertar com o sapato de couro que está na vitrine, sorri, abana a cabeça e segue em frente.

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