sábado, 8 de agosto de 2009

Eu, meu amor e eu, juntinhos.

Som alto. Acordei...oh não, ela comprou mais um destes cds ou acordou animada e terei que ouvir o dia todo seu repertório de MPB ou de sei lá o quê! Caramba, não gosto dessas musiquinhas moles. Gosto é de massa, de volume, de rock-roll.

Só pode ser, ela deu um rolê pelas lojas de departamento ou ganhou da irmã mais um cd esquisitão. Estas duas têm um gosto que me pela. Nhenhenhem de Chico, de Caetano, e outras coisas que nem sei ...Rosa Passos, Jussara Silveira!!!? coisas do gênero. Lenine, vá lá, eu até gosto. Mas hoje não, ela está prá lá de inspirada, que som é esse?!?

Questiona a esposa sobre o som, reclama que foi acordado com aquela música, que mal gosto, que isto e aquilo. A esposa troca olhares em vão, o marido só sabe reclamar e resmungar, tenta sinalizar, pede para que olhe em volta, mas ele absorto em sua rabujice, nem nota.

Aos poucos ele divisa o ambiente, percebe a penumbra, compreende aquele som new age e percebe que não estão em casa, nem em um lugar famíliar. Silêncio!

Sentado na cadeira ele divisa um placar luminoso, nas mãos se dá conta, um papel, uma senha e, mais além, uma voz celestial canta seu número.

3 comentários:

Osmar Bispo disse...

Um super conto mostrando a vida a dois as vezes passa despercebido certos detalhes.

Anônimo disse...

Sheila, sobre o meu poema RECORDAÇÕES em Favascontadas, deixei essa reposta pra você: tenho recebido com prazer os seus comentários e vejo que a cada um deles me enriqueço mais. Sabe o que diz. Tem a sensibilidade de captar as lições sublinares que a gente, sem intenção,deixa no texto.
Obrigado e abraços.
Rubo Medina

Antonio Cícero da Silva disse...

Gostei, minha cara poeta amiga. Lindo poetar. E muito te agradeço, pela preciosa visita e comentário...abraços,
do Antonio.