sábado, 27 de junho de 2009

À semana que se foi e a outra que virá

A vida está mesmo uma correria e não dá para não ficar bucólica e campesina num dia como este: um sábado com muito frio e uma névoa que molha os ossos e encharca a alma. Para piorar ponho para ouvir as músicas da novela das 6. Campo, mato, riacho de águas cristalinas, fogueira e um tempo que parece que se esqueceu de correr nos carros, elevadores e corredores da grande cidade.
Não tem como não sentir uma nostalgia de algo que nem sequer sei o que é e não vivi, pois sou nascida em cidade, criada em cidade. Mas nossa herança rural é como a força da genética está lá ainda que como recessivo.
Viver em Sampa é bom, mas sofro muito com a rotina e as pressões do trabalho. Hoje a gente parece que está numa maratona e não na vida. Segue caprichos de burocratas que criam urgências que depois que são cumpridas, mofam em suas mesas. Parecem crianças mimadas que depois do espetáculo em público e a conquista pelo brinquedo, depois de algumas horas, perdem o interesse.
A maldita tecnologia!!! Essa facilidade de encontrar a gente em qualquer lugar e momento cria uma urgência, acelera as decisões e os encaminhamentos e ficamos todos a mercê dos burocratas que nada fazem a não ser tirar um novo ás da manga a cada solavanco de seu capricho!!! Chega.... quero voltar para a beira da fogueira, fincar os pés na terra, sentir a brisa, abrir os braços, esticar o peito e deixar o sol invadir e aquecer a minha alma!
Desse modo vou passando este sábado: meio que traumatizada pela semana que passei, meio saudosista de algo que não vivi, desejosa por uma outra rotina. E só amanhã estarei mais temperada, o distanciamento ainda que de dois dias me resgata, me reencontro, ainda que cada vez mais desconhecendo um pouco mais esta sheila que fica, que permanece e envelhece na grande cidade.

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