sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CASA DE VÓ


Quantas lembranças da casa da vó! Quantas imagens, sons, cheiros, locações em minha cabeça.
Meus avós moravam na Vila Olímpia, em São Paulo. Lá passava minhas férias. Lembro-me da parreira de uva, dos dois balanços que eram amarrados nela e nos quais eu e minha irmã balançávamos enquanto cantávamos “Mdalena” de Ivan Lins. Quando chovia da janela da sala parávamos para ver a chuva que batendo no cimentado e nas poças fazia belas coroas d´água.
Revejo os cômodos da casa: o quarto de meus avós, a penteadeira amarela, os bonecos feitos com as blusas de lã do meu avô; a cozinha e os torresminhos que sobravam da banha frita que colocávamos como recheio no pão, do latão de bolachas maria e com formatos de bichinhos; da mesa da sala de jantar cuja base servia de esconderijo, da prateleira de vidro, dos conjuntos de licores e dos licores de vovó que sim criança podia beber também! Pouco, mas podia; do terraço com suas cadeiras de madeira, meu tio a ler o jornal e que depois recortava de lá as bonequinhas de papel com suas roupinhas para eu e minha irmã brincarmos. Meu tio homem bonito, elegante com seu cigarro minister e o cinzeiro de pedestal; o quarto do "Tio Gê", com uma gaveta da cômoda cheia só de gibis, a sapateira redonda, o abajur sobre ela…A "guela" sentada na cadeira ao sol penteando seus longos cabelos e que de novo desenharia a trança, que em coque, ficava sempre sobre sua cabeça!
 O cachorro Tico, os jardins, as plantas da vovó, o dinheirinho, as azáleas, as hortênsias entre tantas flores e a majestosa seringueira logo na entrada da casa encostada ao portão de madeira, o muro baixo. Aí meu deus quantas imagens, locações, o cheiro da parquetina, aí, quantas lembranças….

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